Em 2008 e em 2014, os modelos vivos foram manifestados na França, para dar a entender que o direito de posar nu é “um verdadeiro ofício”, e, ainda de solicitar que reconheça seu estatuto como uma melhora em suas condições de vida. Por efeito, na medida em que o recurso a um modelo vivo permite ao artista assegurar-se da conformidade que o representa como possibilidade humana, alguns tendem a duvidar sobre o papel importante que desempenham os modelos de arte e mais recentemente na forma digital. É conveniente, por outro lado tanto recordar, que a arte de posar não se relaciona tanto com a beleza do corpo, mas sim como uma resposta dada às necessidades do artista. Assim, um modelo diz muito do que ser apenas um simples objeto oferecido para se observar. Gostaríamos de trazer à luz, justamente, a complexidade desta dita profissão. Já que é mal conhecida, mas nos interessa privilegiar as reflexões, testemunhos, entrevistas realçando as eleições que implicam todos os âmbitos. Também é legítimo perguntarmos se evoluíram ao longo dos séculos, um olhar e a posição adotada pelas autoridades frente a esta profissão assim como as exigências dos empregadores e sim a evolução da mesma definição de “modelo”. Por que e como chega uma pessoa a ser modelo? É possível sonhar com esta profissão? De que estratégia se vale para evitar os tabus e as proibições morais, religiosas, sanitárias? Como, por exemplo, conseguiram ir em frente durante os períodos de confinamento? Perguntas estas, que só são o início de uma lista tão complexa que apresentas tantas outras mais...
Se trata por conseguinte de recolher experiências, informações através da história da humanidade por todos os continentes, em uma dinâmica interdisciplinar: a profissão de um modelo pode ser abordada segundo facetas totalmente diversas, sejam estas: financeira, psicológica, histórica, estética, física, social....