Olericultura e sustentabilidade: estudo sobre o Caguaçu no município de Sorocaba-SP/Br Olericulture and sustainability: study on Caguaçu in the municipality of Sorocaba-SP/Br

Vidal Dias da Mota Junior ,
Admilson Irio Ribeiro ,
Francisco Carlos Ribeiro 
and Flaviano Agostinho de Lima 

https://doi.org/10.25965/trahs.4502

Este artigo visa mostrar o resultado de um estudo exploratório sobre a olericultura e a sustentabilidade do meio rural no município de Sorocaba-SP. Sorocaba está entre os 30 municípios brasileiros em termos de produto interno bruto e, boa parte de sua atividade econômica baseia-se num forte e diversificado parque industrial. No entanto, o município que é sede da 15ª Região Metropolitana brasileira possui uma agricultura muito dinâmica. Nesse sentido esse estudo buscou mostrar, a partir de um bairro da zona rural do município mapear o perfil e a expectativa dos agricultores no que tange aos desafios enfrentados, suas vulnerabilidades em termos socioeconômicos e sua relação com o meio ambiente. Foi, portanto, possível identificar diversos aspectos desafiadores para que a produção de alimentos no município seja mantida a longo prazo, pois se verifica uma série de elementos, como a especulação imobiliária que se intensificou no período da pandemia como uma forma de pressão sobre essas áreas importantes para a produção de alimentos e proteção de importantes recursos ambientais.

Cet article vise à montrer le résultat d'une étude exploratoire sur l'oléiculture et la durabilité des zones rurales dans la municipalité de Sorocaba-SP. Sorocaba fait partie des 30 municipalités brésiliennes en termes de produit intérieur brut, et une bonne partie de son activité économique repose sur un parc industriel fort et diversifié. Cependant, la municipalité qui est le siège de la 15e région métropolitaine brésilienne a une agriculture très dynamique. En ce sens, cette étude a cherché à cartographier, à partir d'un quartier rural de la commune, le profil et les attentes des agriculteurs au regard des défis rencontrés, leurs vulnérabilités sur le plan socio-économique et leur rapport à l'environnement. Il a donc été possible d'en identifier plusieurs aspects présentant ces caractéristiques pour que la production alimentaire dans la municipalité soit maintenue à long terme. Un certain nombre d'éléments, tels que la spéculation immobilière qui s'est intensifiée pendant la période pandémique a été vue comme une forme de pression sur ces zones importantes pour la production alimentaire et la protection de ressources environnementales.

Este artículo tiene como objetivo mostrar el resultado de un estudio exploratorio sobre la Oleicultura y la sostenibilidad de las áreas rurales en el municipio de Sorocaba-SP. Sorocaba se encuentra entre los 30 municipios brasileños en términos de producto interno bruto, y buena parte de su actividad económica se basa en un parque industrial fuerte y diversificado. Sin embargo, el municipio que es sede de la 15ª Región Metropolitana de Brasil tiene una agricultura muy dinámica. En ese sentido, este estudio buscó mostrar, desde un barrio rural del municipio, mapear el perfil y las expectativas de los agricultores frente a los desafíos que enfrentan, sus vulnerabilidades en términos socioeconómicos y su relación con el medio ambiente. Por lo tanto, fue posible identificar varios aspectos desafiantes para que la producción de alimentos en el municipio se mantenga en el largo plazo, ya que hay una serie de elementos, como la especulación inmobiliaria que se intensificó durante el período de pandemia como una forma de presión sobre estas áreas importantes para la producción de alimentos y la protección de importantes recursos ambientales.

This article aims to show the result of an exploratory study on Olericulture and the sustainability of rural areas in the municipality of Sorocaba-SP. Sorocaba is among the 30 Brazilian municipalities in terms of gross domestic product, and a good part of its economic activity is based on a strong and diversified industrial park. However, the municipality that is the seat of the 15th Brazilian Metropolitan Region has a very dynamic agriculture. In this sense, this study sought to show, from a rural neighborhood of the municipality, to map the profile and expectations of farmers regarding the challenges faced, their vulnerabilities in socioeconomic terms and their relationship with the environment. It was, therefore, possible to identify several challenging aspects so that food production in the municipality is maintained in the long term, as there are a number of elements, such as real estate speculation that intensified during the pandemic as a form of pressure on these important areas for food production and protection of important environmental resources.

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Full text

1- Introdução

Esse artigo foi desenvolvido com o propósito de trazer discussões e contribuições sobre o papel da agricultura, a sustentabilidade no Município de Sorocaba e, bem como, e reflexões para o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado – PDUI que está em desenvolvimento na Região Metropolitana de Sorocaba desde o mês de abril de 2016.

Portanto, a pesquisa aqui apresentada busca trazer alguns elementos e subsídios para um tema muito caro para o planejamento regional que é o desenvolvimento econômico, no campo da agricultura e da sustentabilidade ambiental. Com as informações coletadas em campo, nesta pesquisa exploratória, traça-se algumas possibilidades teóricas e metodológicas para melhor compreensão da questão agropecuária, o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade e possibilidades para subsidiar as intenções de planejamento regional, principalmente no atual cenário de pandemia em que segurança alimentar, geração de emprego e renda em conjunto com a política sanitária e ambiental passam a ser prioritárias.

2- A Região Metropolitana de Sorocaba e a sustentabilidade

Sorocaba e sua Região Metropolitana é, tradicionalmente, conhecida por sua história urbana e industrial. A indústria, na região, tem uma história, em termos de Brasil, bem antiga, que remete ao período da colonização portuguesa com os fornos de Afonso Sardinha no Século XVI e, com a instalação, da Real Fábrica de Ipanema por Dom João VI, no período do Reino Unido, Brasil-Portugal no começo do século XIX.

Sorocaba foi pioneira na produção industrial brasileira. Mas, foi no Século XX que a região teve seu desenvolvimento econômico pautado num processo contínuo de industrialização e diversificação econômica e consolidação de um polo dinâmico da economia brasileira no interior do Estado de São Paulo.

Entretanto, essa constatação muitas vezes oculta um setor muito vivo e dinâmico na região, a agricultura. A agricultura e a pecuária são partes intrínsecas do desenvolvimento social e econômico da região e até mesmo do país, vide o que foi a história do tropeirismo e a instalação da Ferrovia Sorocabana, no século XIX para, principalmente, escoar a produção agrícola.

A Região Metropolitana de Sorocaba, com cerca de 2 milhões de habitantes e uma forte economia industrial e de serviços é, também, a segunda mais agrícola do Estado de São Paulo, ficando apenas atrás da recém-criada de Região Metropolitana de Ribeirão Preto. Como pode se ver abaixo, levando em consideração a participação do valor adicionado do setor agropecuário e a comparação entre as demais Regiões Metropolitanas paulistas.

Tabela 1. Participação do Setor Agropecuário nas Regiões Metropolitanas de São Paulo.

Regiões Metropolitanas

Ano

Participação da Agropecuária no Valor Adicionado da Região Metropolitana %

Região Metropolitana de Ribeirão Preto

Região Metropolitana de Sorocaba

2013

2013

5,27

2,99

Região Metropolitana de Campinas

2013

1,02

Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte

2013

0,53

Região Metropolitana da Baixada Santista

2013

0,28

Região Metropolitana de São Paulo

2013

0,13

Fonte: Ribeiro, F.C. et al. 2017: 25

Assim, importante apontar que até a criação da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, no de 2017, a Região Metropolitana de Sorocaba era a região mais agrícola do Estado de São Paulo e, conforme aponta Ribeiro et al. (2017) a participação do setor agropecuário no valor adicionado, quando comparado com Campinas, é 193% maior e, se comparada com a Região Metropolitana do vale do Paraíba, é 464%.

Tendo em conta que a Região Metropolitana de Sorocaba tem intensa produção Olerícola, representando 20% da produção do Estado, defendemos que essa região metropolitana é merecedora de um olhar diferenciado para o desenvolvimento de estudos de melhoria genética, agroecologia e demais técnicas que visem aliar grande produtividade, competitividade e sustentabilidade econômica e ambiental.

Diante desse cenário esta pesquisa buscou analisar o perfil da olericultura, na região conhecida como Caguaçu, importante zona rural do município de Sorocaba. Para tal foram elencados os seguintes objetivos específicos:

  • Verificar se há indicadores de sustentabilidade nas atividades desenvolvidas pela olericultura no Caguaçu em Sorocaba;

  • Verificar se o desenvolvimento da agricultura e da olericultura contribuem para ampliação dos problemas ambientais na região;

  • Contribuir com o programa de pós-graduação em Ciencias Ambientais do Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp, Campus Sorocaba, e com Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Sorocaba - Uniso por meio da participação do processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado – PDUI;

  • Contribuir para a discussão das políticas públicas no campo socioambiental, por meio da pesquisa e da oferta de disciplinas para a pós-graduação em ciências ambientais;

Tratou-se de uma pesquisa exploratória. Pesquisa exploratória e quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, temo como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que será investigado, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. A base de dados para esta pesquisa será o levantamento de campo feito nos últimos 6 anos.

A partir das informações coletadas no levantamento de campo na região conhecida como Caguaçu, localizada na Zona Norte do Município de Sorocaba e definida, conforme o atual Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial é uma das poucas áreas municipais definidas como Zona Rural e que, historicamente, tem tido importância significativa na produção agropecuária, especialmente, na olericultura. Com esse estudo exploratório busca-se trazer um panorama de uma realidade específica, que poderá ser útil para a compreensão dessa temática na Região Metropolitana de Sorocaba.

3- Olericultura na Região Metropolitana de Sorocaba

Segundo Tessaroli Neto:

A olericultura é uma palavra derivada do latim, "Olus, oleris" - que significa hortaliça, e "colere", que significa cultivar. Assim, em bom português, o termo é aplicado para designar o cultivo de certas plantas de consistência herbácea, geralmente de ciclo curto e tratos culturais intensivos, cujas partes comestíveis são consumidas diretamente, ou seja: as hortaliças.
As culturas abrangidas pela “olericultura” são denominadas também de culturas “oleráceas”, como sinônimo de “hortaliça”, segundo uma boa terminologia agronômica e correto emprego da língua portuguesa. Entretanto, tais plantas são também popularmente conhecidas como “verduras” e “legumes” – termos pouco esclarecedores, mas muito utilizados pela população (2006, 5).

A Região Metropolitana de Sorocaba produz ao menos, 1.141.796,68 toneladas em olericultura. Falamos aos menos, pois usamos a classificação de Camargo et al. (2004) e dessa classificação extraímos os dados do Instituto de Economia Agrícola A produção dos produtos abaixo selecionados, ainda que com algumas adaptações necessárias.

Tabela 2. Olericultura produzida- na Região Metropolitana de Sorocaba-Produtos

Produto

Produção (ton)

Alface

255.465,90

Repolho

177.612,00

Beterraba

134.683,92

Cenoura

105.171,50

Batata seca

71.680,00

Milho safrinha

44.732,40

Chuchu

38.367,45

Abobrinha

33.922,66

Batata das águas

33.400,00

Couve-flor

29.380,89

Mandioca para mesa

28.415,00

Tomate envarado

26.874,00

Batata de inverno

23.350,00

Batata doce

21.017,76

Cebola de muda

20.713,00

Pepino

18.716,40

Pimentão

17.140,32

Brócolos

11.167,92

Melancia

11.020,00

Abobora seca

8.129,00

Cebola de bulbinho (soqueira)

8.090,00

Couve

6.939,78

Berinjela

6.700,46

Morango

3.450,00

Vagem

3.284,32

Quiabo

1.960,00

Mandioquinha

360

Melão

20

Tomate rasteiro

18

Alho

14

Total

1.141.796,68

Fonte: Elaboração Própria, com base nos dados do Instituto de Economia Agrícola.

A produção dos municípios, bem como a área cultivada segue conforme abaixo.

Tabela 3. Produção e área cultivada de Olericultura Na Região Metropolitana de Sorocaba

Região Metropolitana

Produção (ton)

Área (ha)

Alambari

13.552,00

1.300,00

Alumínio

686,74

31,00

Araçariguama

1.197,78

49,00

Araçoiaba da Serra

11.243,90

800,00

Boituva

2.336,20

392,00

Capela do Alto

6.316,70

440,00

Cerquilho

1.960,35

135,00

Cesário Lange

606,00

14,00

Ibiuna

259.626,00

5.556,00

Iperó

4.944,91

462,00

Itapetininga

72.416,11

2.559,00

Itu

1.808,32

42,00

Jumirim

350,48

121,55

Mairinque

10.632,13

344,20

Piedade

588.921,07

16.988,00

Pilar do Sul

31.795,90

3.032,00

Porto Feliz

3.440,50

171,00

Salto

7.005,80

272,00

Salto de Pirapora

5.114,60

680,00

São Miguel Arcanjo

70.553,90

5.338,50

São Roque

9.872,60

731,70

Sarapuí

15.792,00

678,00

Sorocaba

11.370,19

479,80

Tapiraí

90,00

9,00

Tatuí

7.304,60

344,00

Tietê

2.158,76

580,00

Votorantim

699,14

36,40

Total

1.141.796,68

41.586,15

Fonte: elaboração do autor com base nos dados do IEA3.

Podemos fazer também um comparativo entre a área cultivada com relação ao volume de áreas de culturas temporárias e permanentes e com referência a área rural total4.

A olericultura representa 22,41% das culturas temporárias e permanentes da Região Metropolitana de Sorocaba e quando comparada a área rural total, representa 5,27% da área rural total.

Cabe ressaltar que esses números estão sujeitos à distorções e restrições: primeiro por que nem todos os produtos em olericultura da Região Metropolitana estão com dados disponíveis, segundo por que, comparamos dados de 2015 (mais atuais) com os dados da Lupa de 2007, portanto por isso só já é uma distorção. Poderíamos unificar os períodos, mas teríamos que regredir até 2007; então, preferimos essa distorção e trabalharmos com dados mais atuais.

Tabela 4. Olericultura na Região Metropolitana de Sorocaba em áreas.

Região Metropolitana de Sorocaba

Área

Olericultura - ha

(2015)

Área total agricultura (LUPA 2) temporária e permanente - ha

(2007)

Área rural total - ha

(2007)

Alambari

1.300,00

3.085,70

16.852,80

Alumínio

31,00

98,80

7.577,80

Araçariguama

49,00

17,60

1.586,80

Araçoiaba da Serra

800,00

2.036,70

13.257,40

Boituva

392,00

7.968,30

19.571,60

Capela do Alto

440,00

6.425,90

17.433,30

Cerquilho

135,00

5.159,30

12.168,80

Cesário Lange

14,00

9.031,80

20.925,20

Ibiuna

5.556,00

5.653,70

43.348,40

Iperó

462,00

3.668,00

11.547,30

Itapetininga

2.559,00

48.782,40

162.081,60

Itu

42,00

2.863,50

29.168,10

Jumirim

121,55

971,80

5.156,70

Mairinque

344,20

674,30

5.395,30

Piedade

16.988,00

9.057,50

47.685,40

Pilar do Sul

3.032,00

7.694,10

56.476,70

Porto feliz

171,00

26.452,40

42.408,80

Salto

272,00

1.855,30

5.743,20

Salto de Pirapora

680,00

2.935,50

21.967,90

São Miguel arcanjo

5.338,50

15.980,20

95.066,90

São Roque

731,70

728,80

5.627,30

Sarapuí

678,00

4.068,50

27.700,90

Sorocaba

479,80

2.256,20

13.433,10

Tapiraí

9,00

1.858,70

18.345,90

Tatuí

344,00

15.881,60

38.103,30

Tietê

580,00

16.176,40

36.657,80

Votorantim

36,40

336,60

13.821,30

Total

41.586,15

185.543,20

789.109,60

Fonte: Elaboração dos autores com base nos dados do IEA (2015) e Projeto Lupa (2007).

Se compararmos os dados agregados do Instituto de Economia Agrícola, estão disponíveis, atualmente, por Região Administrativa ou por Escritório de Desenvolvimento Rural, e por isso temos a seguinte questão: Todos os municípios da Região Metropolitana de Sorocaba estão dentro da Região Administrativa de Sorocaba. Ocorre que os municípios da Região Administrativa de Sorocaba, escolhidos para fins de dados do Instituto de Economia Agrícola, são 48, já os municípios da Região Metropolitana de Sorocaba, são 27.

Assim, importante fazermos um comparativo de inserção-exclusão para avaliar o tamanho da proximidade ou distorção de dados, quando utilizamos as duas metodologias.

Quadro 1. Comparativo, segundo municípios escolhidos pelo Instituto de Economia Agrícola para Banco de Dados, que pertencem a Região Administrativa de Sorocaba e Região Metropolitana de Sorocaba

Municípios

Na R.A. de Sorocaba?

Na RM de Sorocaba?

Águas de santa bárbara

Sim

Não

Alambari

Sim

Sim

Alumínio

Sim

Sim

Anhembi

Sim

Não

Araçariguama

Sim

Sim

Araçoiaba da serra

Sim

Sim

Areiópolis

Sim

Não

Avaré

Sim

Não

Bofete

Sim

Não

Boituva

Sim

Sim

Botucatu

Sim

Não

Capela do Alto

Sim

Sim

Cerqueira César

Sim

Não

Cerquilho

Sim

Sim

Cesário Lange

Sim

Sim

Conchas

Sim

Não

Coronel Macedo

Sim

Não

Guareí

Sim

Não

Iaras

Sim

Não

Ibiúna

Sim

Sim

Iperó

Sim

Sim

Itapetininga

Sim

Sim

Itatinga

Sim

Não

Itu

Sim

Sim

Jumirim

Sim

Sim

Laranjal Paulista

Sim

Não

Mairinque

Sim

Sim

Manduri

Sim

Não

Pardinho

Sim

Não

Pereiras

Sim

Não

Piedade

Sim

Sim

Pilar do Sul

Sim

Sim

Porangaba

Sim

Não

Porto feliz

Sim

Sim

Pratânia

Sim

Não

Quadra

Sim

Não

Salto

Sim

Sim

Salto de Pirapora

Sim

Sim

São Manuel

Sim

Não

São Miguel Arcanjo

Sim

Sim

São Roque

Sim

Sim

Sarapuí

Sim

Sim

Sorocaba

Sim

Sim

Tapiraí

Sim

Sim

Tatuí

Sim

Sim

Tietê

Sim

Sim

Torre de Pedra

Sim

Não

Votorantim

Sim

Sim

Fonte: Elaboração dos autores, com base na metodologia do Instituto de Economia Agrícola. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/distrib.php.

Como se pode perceber, não é possível usar os dados do IEA de maneira agregada, utilizando a região Administrativa de Sorocaba, para apurar a produção olerícola da região Metropolitana de Sorocaba sem uma significativa distorção. Entretanto é possível fazê-lo, e constituir uma boa aproximação, utilizando a metodologia de agregação dos Escritórios de Desenvolvimento Rural.

Abaixo, é possível verificar, segundo o IEA, em que Escritório de Desenvolvimento Rural se encontra cada município da Região Metropolitana de Sorocaba.

Quadro 2. Escritórios de desenvolvimento Regional a que pertencem os municípios da Região Metropolitana de Sorocaba

Município

Escritório de desenvolvimento Regional Sorocaba

Escritório de Desenvolvimento Regional Itapetininga

Outros EDRS

Região Administrativa de Sorocaba

Alambari

Alumínio

Araçariguama

Araçoiaba da Serra

Boituva

Capela do Alto

Cerquilho

PIRACICABA

Cesário Lange

Ibiuna

Iperó

Itapetininga

Itu

Jumirim

PIRACICABA

Mairinque

Piedade

Pilar do Sul

Porto feliz

Salto

Salto de Pirapora

São Miguel Arcanjo

São Roque

Sarapuí

Sorocaba

Tapiraí

Tatuí

Tietê

PIRACICABA

Votorantim

Fonte: Elaboração dos autores, com base na metodologia do Instituto de Economia Agrícola. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/distrib.php.

As cores verdes representam estar dentro ou do universo dos EDRs Sorocaba e Itapetininga já os laranjas destacam os que estão fora desses EDRs.

Confrontando agora com a classificação do IEA, com referência aos Escritórios de Desenvolvimento Regional, no Escritório Regional de Desenvolvimento Rural de Sorocaba, salvo Cabreúva, todos os municípios do Escritório de Desenvolvimento Rural de Sorocaba, escolhidos pelo IEA, pertencem à Região Metropolitana de Sorocaba.

Quadro 3. Municípios do EDR Sorocaba, conforme metodologia do IEA que pertencem à Região Metropolitana de Sorocaba.

Municípios

EDR Sorocaba

RMS

Alumínio

Sim

Sim

Araçariguama

Sim

Sim

Araçoiaba da Serra

Sim

Sim

Boituva

Sim

Sim

Cabreúva

Sim

Não

Capela do alto

Sim

Sim

Ibiúna

Sim

Sim

Iperó

Sim

Sim

Itu

Sim

Sim

Mairinque

Sim

Sim

Piedade

Sim

Sim

Pilar do Sul

Sim

Sim

Porto feliz

Sim

Sim

Salto

Sim

Sim

Salto de Pirapora

Sim

Sim

São Roque

Sim

Sim

Sorocaba

Sim

Sim

Tapiraí

Sim

Sim

Votorantim

Sim

Sim

Fonte: Fonte; Elaboração dos autores, com base na metodologia do Instituto de Economia Agrícola. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/distrib.php.

Já os municípios escolhidos pela metodologia, que pertencem ao Escritório de Desenvolvimento Rural de Itapetininga, são:

Quadro 4. Municípios do EDR Itapetininga, conforme metodologia do IEA que pertencem à Região Metropolitana de Sorocaba.

Município

EDR Itapetininga

RMS

Alambari

Sim

Sim

Angatuba

Sim

Não

Campina do Monte Alegre

Sim

Não

Capão bonito

Sim

Não

Cesário Lange

Sim

Sim

Guareí

Sim

Não

Itapetininga

Sim

Sim

Porangaba

Sim

Não

Ribeirão Grande

Sim

Não

São Miguel Arcanjo

Sim

Sim

Sarapuí

Sim

Sim

Tatuí

Sim

Sim

Torre de Pedra

Sim

Não

Fonte: Elaboração dos autores, com base na metodologia do Instituto de Economia Agrícola. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/distrib.php.

Como se pode observar, somando os EDRs de Sorocaba e Itapetininga, estão abrangidos dados agrícolas de 24 municípios da Região Metropolitana de Sorocaba. Entretanto ficam indevidamente fora da soma três municípios: Cerquilho, Jumirim e Tietê que pertencem ao EDR de Piracicaba. Por outro lado, oito municípios, a saber: Cabreúva, Angatuba, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Guareí, Porangaba, Ribeirão Grande e Torre de Pedra, entram indevidamente na soma.

Sem desconsiderar essas limitações e arriscando somar a produção dos dados de produção classificados pelos EDRs de Sorocaba e Itapetininga, como uma proxy da produção da Região Metropolitana de Sorocaba, observa-se os seguintes números:

Tabela 5. Produção de Olerícola, somando os dados dos EDR de Sorocaba e Itapetininga, como uma proxy da produção Olerícola da Região Metropolitana de Sorocaba.

Produto

Produção (ton)

Repolho

177.849,00

Alface

142.100,80

Beterraba

134.712,72

Cenoura

105.262,50

Batata da seca

90.580,00

Milho (safrinha)

89.084,40

Batata das águas

55.850,00

Chuchu

38.401,95

Abobrinha

34.260,66

Couve-flor

33.975,59

Tomate envarado

32.680,00

Mandioca para a mesa

29.503,75

Cebola de muda

24.913,00

Batata de inverno

23.350,00

Batata doce

21.023,76

Pepino

18.928,39

Pimentão

17.338,32

Melancia

17.120,00

Brócolos

11.166,42

Abóbora seca

8.729,00

Cebola de bulbinho (soqueira)

8.090,00

Couve

7.246,67

Berinjela

5.447,78

Morango

3.900,00

Vagem

3.709,75

Quiabo

2.248,00

Mandioquinha

360,00

Melão

20,00

Tomate rasteiro

18,00

Alho

14,00

Total

1.137.884,46

Fonte: Elaboração dos Autores, com base nos dados agregados do IEA.

Como podemos ver, seja através de uma forma ou de outra, podemos afirmar, com boa margem e segurança, que a produção Olerícola da Região Metropolitana de Sorocaba, gravita em torno de um milhão e duzentas mil toneladas anuais.

Olhando pelo mesmo método de área plantada, os números já diferem um pouco mais significativamente, pois vejamos:

Tabela 6. Área Plantada somando os dados dos EDR de Sorocaba e Itapetininga, como uma proxy da produção Olerícola da Região metropolitana de Sorocaba (2015).

Produto

Área plantada na RMS (ha)

Milho (safrinha)

18.349,00

Alface

4.522,80

Repolho

4.053,00

Beterraba

4.009,40

Batata da seca

3.235,00

Cenoura

3.234,40

Batata das águas

2.910,00

Mandioca para a mesa

1.562,00

Abobrinha

1.446,60

Couve

1.098,00

Batata doce

1.033,60

Batata de inverno

975,00

Couve-flor

749,50

Cebola de muda

704,50

Brócolos

665,00

Melancia

628,00

Tomate envarado

603,00

Abóbora seca

467,00

Chuchu

448,00

Pimentão

390,00

Pepino

344,00

Cebola de bulbinho (soqueira)

250,00

Vagem

221,00

Berinjela

214,30

Quiabo

160,00

Morango

109,40

Mandioquinha

26,00

Toma rasteiro

4,00

Alho

3,00

Melão

1,00

Total

52.416,50

Fonte: elaboração do autor com base nos dados agregados do IEA.

Evidentemente, essa diferença maior é fruto das diferenças de agregação, mas se fizermos um comparativo das coincidências, conforme tabela abaixo veremos, que a diferença ocorre em poucos produtos, aí, que podemos considerar que a Região Metropolitana de Sorocaba, tem ao menos 41.146,15 ha. de área plantada em Olericultura.

Vejamos as coincidências dos dois métodos:

Tabela 7. Cálculo de área plantada da Olericultura, segundo as duas metodologias.

Produto

Área plantada em hectares (1)

Área plantada em hectares (2)

Milho (safrinha)

18.349,00

10.169,00

Alface

4.522,80

4.559,50

Repolho

4.053,00

4.040,10

Beterraba

4.009,40

4.007,40

Batata da seca

3.235,00

2.335,00

Cenoura

3.234,40

3.226,40

Batata das águas

2.910,00

1.760,00

Mandioca para a mesa

1.562,00

1.472,20

Abobrinha

1.446,60

1.431,10

Couve

1.098,00

1.096,05

Batata doce

1.033,60

1.033,40

Batata de inverno

975,00

975,00

Couve-flor

749,50

745,10

Cebola de muda

704,50

584,50

Brócolos

665,00

665,10

Melancia

628,00

423,00

Tomate envarado

603,00

496,00

Abóbora seca

467,00

442,00

Chuchu

448,00

445,00

Pimentão

390,00

381,00

Pepino

344,00

338,00

Cebola de bulbinho (soqueira)

250,00

250,00

Vagem

221,00

231,00

Berinjela

214,30

211,90

Quiabo

160,00

140,00

Morango

109,40